SOBRE

Minha história começa no teatro

Olá! Aqui é a Maíra Gerstner e aqui eu vou contar um pouco sobre como surgiu a Fios do Ser.

Em 2009 me mudei para o Rio de Janeiro, onde comecei a trabalhar com educação em um museu. Foi nesse contexto que me aproximei das artes visuais e da contação de histórias, atuando em instituições como CCBB, Casa Daros e Casa França Brasil.

No Rio também trabalhei com teatro, fiz mestrado e conheci a psicomotricidade relacional somática desenvolvida pelo Instituto Anthropos de Psicomotricidade. Naquele contexto eu fazia terapia por lá, ao mesmo tempo em que começava a estudar a obra de Lygia Clark.

Aproximando a psicomotricidade
e o teatro

Comecei a perceber que existiam muitas proximidades entre as práticas corporais desenvolvidas pela psicomotricidade com as que eu já tinha experimentado na minha formação em teatro e dança:

O tocar e ser tocado, a percepção do tônus corporal, a noção de território, entre tantas outras. A diferença era a condução do trabalho em cada contexto: uma voltada para a expressão da emoção na sua liberação e a outra voltada para a expressão como linguagem artística. Ou seja, era uma fronteira tênue. E aquilo me interessava.

O legado de Lygia Clark

Assim, passei a relacionar o legado do trabalho de Lygia Clark (com o qual mantenho intenso diálogo) com a psicomotricidade. Nascia o workshop “O corpo como território do sensível”. De lá para cá ministrou o workshop em diversas cidades e formatos.

Alguns anos depois nascia também o workshop Curadoria de si, centrado na investigação de processos de criação. Como você cria? Essa é uma das perguntas que orientam essa jornada. Lygia Clark, assim como outros artistas, colocaram em xeque a ideia de obra de arte como coisa acabada.

Como compreender o ato criador em outras esferas da vida e assim ampliar seu escopo de atuação?

O universo da Psicogenealogia

Depois, tive a oportunidade de em 2018 passar um período na França, onde conheci o trabalho da psicanalista Anne Ancelin Schützenberger, a psicogenealogia.

Pude mergulhar no trabalho em uma formação com Gérard Fossat, do Lienspsy. A psicogenealogia estuda nossas histórias familiares através da feitura de um genosociograma, com o objetivo de buscar o mito familiar no qual está inscrita a história de vida de cada um. A partir dessa investigação, podemos encontrar as raízes de alguns tabus.

O workshop Abecedário afetivo é uma introdução ao universo da psicogenealogia. Nele, não chegamos a fazer o genosociograma propriamente dito (que faço apenas no contexto dos atendimentos terapêuticos individuais ou grupais), mas outros exercícios que nos aproximam das histórias familiares.

Depois de alguns anos fazendo workshops, que muitas vezes aconteciam de modo intensivo, com uma carga horária de 8 horas por dia, fui compreendendo que os momentos de alimentação (estar junto na mesa, partilhar a comida, duas histórias e afetos) eram também um grande exercício terapêutico. Além disso, do ponto de vista das terapias corporais, a nossa nutrição está ligada às mais diversas camadas das nossas marcas corporais: quem nos alimentou? Com quais tipos de alimento? Como a comida me atravessa? Então nascia o workshop A receita da vida, que vai trabalhar esses e outros aspectos desse grande universo no qual está inserida a nossa relação com o alimento.

O Teatro da Alma

A criação do momento tem sido o Teatro da Alma, uma abordagem terapêutica que vem sendo gestada por mim através de uma aproximação entre o teatro e a clínica. Mais do que uma metodologia, no Teatro da Alma se experencia a cena como um espaço no qual algumas questões podem vir a ser reveladas, simbolizadas e investidas.

Além dos workshops, a Fios do Ser oferece atendimentos terapêuticos individuais e em grupo a partir da psicomotricidade, da psicogenealogia e da criação artística. Se quiser saber mais, entre em contato para gente conversar!